A cárie é uma doença bucal ainda muito prevalente em diversos países do mundo especialmente em países em desenvolvimento.
Apesar disso, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o processo de formação da cárie, os primeiros sinais e sintomas, o tratamento e o profissional especialista nisso.
Pensando nisso, trouxemos, neste artigo, mais informações sobre a doença bucal mais comum no mundo: a cárie.
O que é a cárie dentária?
A cárie dentária é uma doença bucal atualmente classificada como uma disbiose, condição em que ocorre o desequilíbrio entre os diferentes microrganismos presentes na microbiota bucal.
A etiologia da cárie é multifatorial, ou seja, são necessários diversos fatores para seu desenvolvimento, tais como: biofilme acumulado por um tempo na superfície dentária, bactérias cariogênicas, entre outros.
A cárie é então determinada por fatores biológicos, comportamentais, psicossociais e ambientais.
Na presença do biofilme, as bactérias que naturalmente fazem parte da microbiota bucal se acumulam e durante a degradação dos carboidratos da dieta, liberam substâncias ácidas que causam a desmineralização da superfície dentária.
Se a condição progride pode causar uma cavitação na camada de esmalte. Se não tratada pode causar danos a camadas mais profundas do dente e atingir a polpa dentária e possivelmente ocasionar a perda do elemento dentário.
Quais são os principais sinais e sintomas?
A cárie começa a apresentar os primeiros sinais no início do processo de desmineralização da superfície do dente que causa uma certa opacidade do esmalte dentário. No entanto, nessa fase, esse sinal é muito difícil de ser visto no exame clínico.
Conforme o esmalte sofre desmineralização, formam-se lesões de mancha branca que são os primeiros sinais observados no exame clínico. É importante ressaltar que nem toda mancha branca é lesão de cárie inicial e somente o cirurgião-dentista pode fazer o diagnóstico correto.
Se não tratadas precocemente, as lesões progridem e passam a apresentar cavitações no esmalte. Podem atingir a dentina, tecido mineralizado de natureza conjuntiva, constituído por túbulos microscópicos que fazem a ligação direta com a polpa dentária.
Nessa etapa, o paciente pode apresentar sintomas como sensibilidade e dor leve quando o dente é submetido a algum estímulo como ao doce e ao frio. Isso porque os túbulos dentinários permitem a passagem desses estímulos até a polpa dentária que produz respostas inflamatórias que causam dor.
Se não tratada a lesão de cárie se estende e as bactérias penetram pelos túbulos da dentina e chegam até a polpa dentária, onde causam um quadro chamado de hiperemia que evolui rapidamente para a pulpite.
A pulpite é caracterizada por um processo inflamatório da polpa dentária que causa o seu edema, inchaço, e gera uma pressão na estrutura interna do dente que estimula as terminações nervosas e inicia-se um estímulo doloroso.
Nessa fase a dor decorrente da inflamação pode se tornar intensa e espontânea e é o principal sintoma que faz os pacientes procurarem por atendimento.
À medida em que o quadro de pulpite se agrava, pequenas regiões da polpa dentária sofrem necrose e a população bacteriana aumenta e acarreta um processo infeccioso.
A infecção estende-se por todo o canal radicular, chega aos tecidos periapicais e leva à necrose total da polpa, o que contribui para a proliferação das bactérias e evolução do processo.
Conforme a infecção se agrava, os microrganismos se espalham para o periápice através do forame apical, uma abertura da raiz por onde passam os vasos sanguíneos e nervos da polpa, e estimulam uma resposta inflamatória aguda no tecido periapical chamada de pericementite.
Nessa fase é comum o paciente apresentar dor à percussão vertical (leve pressão no sentido longitudinal do dente que o cirurgião-dentista faz.
Com o passar do tempo, as bactérias formam colônias na região do periápice e do osso alveolar, um osso presente na maxila e na mandíbula que sustenta e suporta os dentes na cavidade bucal, formando granulomas ou cistos que caracterizam uma lesão periapical.
Se não realizados o diagnóstico e o tratamento corretos, a lesão periapical pode estender-se, causar reabsorção óssea e levar à perda do dente.
O que pode acontecer se não forem tratadas as cáries?
Se as lesões de cárie iniciais não são diagnosticadas e tratadas precocemente, o processo evolui para cavitações que danificam o esmalte e a dentina e chega até a polpa do dente.
Uma vez estabelecido o quadro de pulpite irreversível que pode levar à necrose da polpa é necessário realizar o tratamento endodôntico.
Se não forem realizados os tratamentos necessários o dente pode apresentar uma lesão periapical, que indica a presença de um processo infeccioso nos tecidos de suporte do dente e pode levar à perda do elemento dental.
O que o dentista pode fazer para tratar a cárie?
Quando a cárie é diagnosticada na fase inicial, de mancha branca, o tratamento é extremamente conservador pois consiste somente na aplicação de um produto cariostático, que paralisa a ação das bactérias, e nas orientações de higiene bucal ao paciente.
Quando o dente apresenta cavitação em esmalte ou dentina, o tratamento indicado é a restauração com os materiais de escolha do profissional.
Quais profissionais tratam cárie dentária?
Todos os profissionais com formação em Odontologia, os cirurgiões-dentistas, podem fazer o diagnóstico e o tratamento da cárie.
No entanto, existem os cirurgiões-dentistas especialistas em Dentística, que é especialidade da Odontologia que estuda a fundo os tratamentos restauradores.
Quando a cárie atinge a polpa dentária e é necessário realizar o tratamento endodôntico, o profissional especialista nisso é o cirurgião-dentista Endodontista.
F. A. Q.
Como se chama o processo de tirar a cárie?
O processo de tirar a cárie chama-se escariação que consiste na remoção do tecido cariado. Após esse processo é feito o preparo cavitário para deixar a superfície dentária pronta para receber os materiais utilizados no tratamento restaurador.
Qual o valor para tratar uma cárie?
O valor do tratamento de uma cárie varia com relação a diversos fatores como: extensão e profundidade da lesão, preço estabelecido pelo profissional, região em que o profissional atende, materiais utilizados, necessidade ou não de mais procedimentos além da restauração, entre outros. No entanto, o valor médio de uma restauração em resina composta é de R$100,00 a R$300,00.